sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

16 de Janeiro de 2015 - Bom dia Bixo UFRGS 2015

     Desculpa se eu não te liguei pai, desculpa de não sei atenção a alguém, mas é que a ficha ainda não caiu. E vai demorar, eu sei.
     Fui acordado com essa frase, na melhor ligação que eu já recebi, e ainda por cima, da melhor pessoa que jé esteve do meu lado, e ainda vai ficar muito tempo:

- Bom dia Bixo UFRGS 2015
- Quê??
- É, isso, tu passou!!
- Não faz isso comigo!
- Tu acha que eu ia brincar com  uma coisa dessas??

     É imensurável o sentimento que eu tive. Eu ria, chorava, soluçava, ria de novo e caia no choro, eu não estava acreditando, achei que não seria dessa vez, achei que eu não seria aluno da Escola de Enfermagem da UFRGS. Mas foi, e cá estou, primeiro texto de uma nova fase, vai ser difícil? Vai, mas azar, agora que começa a diversão, agora estou no meu mundo novamente e as dificuldades, serão tiradas de letra.
    Queria agradecer a todos que acreditaram em mim, a minha linda equipe, que me deu toda a força e apoio que eu precisei, vocês são demais e vou guardar isso para sempre. Ao PEAC, meu cursinho, popular, que me fez acreditar em uma universidade pública para todos, mesmo quando eu ouvia dentro de casa que a UFRGS era "pra rico". E, um agradecimento mais do que especial, pra quem está comigo a quase dois anos já, partilhando meu amor pelo profissão e sempre me apoiando, desde que quando eramos somente amigos, não poderia ter recebido de melhor forma essa noticia, pela tua voz, juro que idealizei diversas vezes esse momento, e tu estava em todos. Obrigado meu amor.

Enfim, Bixo, enfim UFRGS, e um dia, logo, Enfermeiro.

Hora de mudar a minha descrição do Blog, agora, além de aluno da Dani e da Pati, sou o mais novo aluno da Escola de Enfermagem da UFRGS!!

"Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!"

Mário Quintana

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

17 de Dezembro de 2014 - Diário de um pré-vestibulando à Enfermagem II (e último).

     Eu sei, eu sei, andei sumido, mas a causa é nobre. E calma, não vou fechar o blog, bem pelo contrário, espero que logo logo tenha novas histórias para compartilhar, novos amores vividos e experiências indescritíveis, que tento com a minha singela escrita, escrever. Prometi que esse ano não escreveria nada que não fosse argumentativo dissertativo, tá bem, dei umas escapadinhas, eu sei, mas é que é mais forte do que eu. Mas aqui estou eu de novo, escrevendo anseios, medos, temores, que até poderia servir para outro blog.
     A pouco mais de um ano atrás, eu escrevia um texto com esse mesmo título, por isso o "II", e também por isso o "último"...
     Dezoito dias restam, e fico feliz, 18 é um número de sorte pra mim. Entendedores entenderão, melhor, entendedora entenderá.
     Fechei o texto homônimo com uma frase que me perseguiu todo esse ano, principalmente nos momentos de fraqueza, estes que não tenho vergonha de dizer que foram muitos. Nas minhas tentativas frustradas de egresso na Federal, nenhuma tem o gostinho desta (última). Foi um ano inteiro dedicado à ela, dedicado ao cursinho e nas horas vagas, o hospital. Sim, continuo firme, um ano e três meses de Emergência, e feliz.
     Esse ano foi diferente, tenho meu maior exemplo bem do meu lado, que está já está lá e sei o quanto tá sendo difícil (pra nós também), mas não, não posso e não vou abrir mão de estar ai também. Parece que tenho uma equipe que aceitou a ideia de eu fazer Enfermagem, hehehe, sim, quem acompanha sabe o quanto fui chamado de louco por querer seguir um sonho, mas não os culpo, com a realidade do dia a dia vi as dificuldades que terei que enfrentar, mas não me entrego, "porque quando relampeja seu Padre, eu me agarro ao meu pala".
     Parece que esse tempo sem escrever, me deixou meio sem jeito, meio sem graça com as palavras, colocando pouco graça nas palavras.
     Semana passada, acabou o estágio final de um grupo da Escola do Cardiologia, em Técnico de Enfermagem. Ontem recebo uma mensagem de um dos alunos, que ficou comigo o maior tempo no estágio, que havia passado na prova de seleção para o Hospital e me agradeceu pelos ensinamentos e percebi que eu tinha feito diferença na passagem dele na Emergência, isso me encheu de alegria, me deu incentivo para lutar pelo que eu quero.
     Realmente não consigo desenvolver, já escrevi e reescrevi este texto umas quatro vezes essa semana na  minha cabeça, mas parece que quando sento pra escrever, tudo se apaga. Me perdoem...
     O que queria dizer é que a hora está chegando, e tenho muito a agradecer por pessoas que estão apostando todas as fichas em mim. Pelo incentivo. Até pelo desafio, que as vezes me fazem. Estou cansado, foi um ano difícil sim, se não der, vai ser uma ano de trabalho jogado fora, um ano de bicicleta ergométrica e nem um quilo perdido. Mas não, não fico pensando assim, na maior parte do tempo fico idealizando e ensaiando minha reação no dia 16 de janeiro... Já chorei muito até aqui, já tive a beira de crises de nervos, já corri, já chutei, já xinguei, já pedi colo e recebi, já fiz o que poderia ter feito, agora é acreditar no meu trabalho né, não é esta a frase?
    Ano que vem volto pra mudar a descrição do blog. Prometo.

Ah, a frase? Tá ai...

"Hoje, a Enfermagem já é mais que um sonho, é uma vida. A minha vida."
   

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

05 de Agosto de 2014 - Primeiro aninho!

     Um ano de formado, onze meses de Emergência e mais a frente, dez meses com a melhor pessoa que entrou na minha vida.
     Faz tempo que não apareço por aqui, eu sei, talvez aqueles que me liam a um ano atrás, já estejam formados também, outros até esqueceram do blog e alguns vão poder conhecer. Esse texto era pra ter saído antes, mas tempo hoje em dia é algo precioso, e pouco dele eu detenho, mas, antes tarde do que nunca.
     É, o tempo passa muito rápido e nós nem percebemos. A um ano atrás, a essa hora, eu estava indo para a Escola pegar o meu diploma, meu certificado de gente grande, com um felicidade indescritível, uma sensação única, uma emoção linda. Foi o grand finele, o desfecho de quase dois anos, de estudos, estágios, noites sem dormir, cansaço sim, estresse si, de textos escritos às duas da madrugada, mas mesmo assim, uma fase ótima. Uma carga de aprendizagem altíssima, experiências de aprendizado e amizades inesquecíveis.
     E entrando no assunto, que dizer pra vocês, minha eterna turma, meus eternos colegas, que não esqueci de vocês, por mais que estejamos longes  e distantes, separador por hospitais diferentes, sempre carrego vocês comigo, mais precisamente no meu ventrículo esquerdo, pra ver o quanto vocês foram e são importantes pra mim. Espero que leiam isso!
     Quero nos desejar meus parabéns, para todos nós, pelo primeiro ano de formado, pelo primeiro ano como gente grande. E já brilhando, como eu sei que brilharíamos.
     Quero ainda dizer, já que passei por aqui, que o mundo continua mágico, se com a mesmo magia eu não sei, mas é mágico sim. A carga de responsabilidade e o estresse que nossa profissão nos acarreta, as vezes nos faz para e pensar, em procurar a magia, como se ela não existisse. Mas ela existe sim, e está entre o nós o tempo todo. Seja no toque piedoso de um paciente ou em uma intercorrência brava que passamos.
     Queria ter aquela mesma fome pelas palavras que tinha antes, mas as preocupações e necessidades de dar atenção as outras prioridades, me afastaram um pouco da escrita. Espero em breve, voltar a escrever, e a escrever muito, como eu escrevia lá nos primórdios do Blog. E de novo, como uma criança, em um mesmo mundo, mas de mais aprendizado. Que tudo dê certo que isso possa acontecer logo.
     Enfim, já estou com um ano de formado e parece que foi ontem que atravessei a rua para "ir dar boa noite ao paciente". E hoje, estamos espalhados entre os melhores hospitais da cidade e me orgulho de todos nós. Parabéns, Turma 49!!! Amo vocês.
   

domingo, 5 de janeiro de 2014

04 de Janeiro de 2014 - O que tiver que ser, será

     Às vésperas do início da eterna semana de provas do Concurso Vestibular da UFRGS, me deparo com reações nunca antes vividas por mim. Já prestei dois concursos e nem um me deixou tão ansioso, nervoso, amedrontado como esse.
    Mas, minha profissão, sempre me surpreende, sempre me supera.
    "Tu te odeia, né?". Frase que ouço de uma colega de trabalho ao responder o curso que prestaria vestibular. "Vai fazer Medicina, né?". Pergunta feita por um paciente... Enfim, acontece, mas não desanimo. Confesso que todos se surpreendem quando digo que prestarei para Enfermagem, mas já esperava isso. E também não me abalo. Mesmo no meio disso tudo receber reconhecimento, até de quem acha loucura seguir na profissão, não tem preço.
     Tudo isso acontecera nesta semana, mas o que me fez, pela segunda vez, chorar, aconteceu hoje. Final do plantão, me despeço dos meus pacientes, que inclusive, havia um deles de aniversário. Chego no leito de uma das minhas meninas, ela me da a mão, abalada, abatida, emotiva com a situação de enfermidade em que está passando, segura bem firma a minhão mão, me olha, e lá de dentro, bem lá de dentro, me deseja boa sorte para o vestibular. Foi umas das coisas mais verdadeiras que já senti. Me desejando boa sorte, disse para que eu continuasse como sou, mesmo depois de formado Enfermeiro, esse profissional dedicado e atencioso e tudo mais que ela me disse, que guardo pra mim...
     Inevitável, sai da Unidade de cabeça baixa, fungando baixinho para que não me vissem daquele jeito, os olhos já vermelhos, o nariz já entupido, me conter foi difícil. Bastou alguns minutos sozinho dentro do vestiário, enquanto guardava o uniforme do dia, para que desabasse, e tudo caísse. O medo, a insegurança, o pensamento de como conseguir, o medo de não conseguir. Só uma coisa não caiu, não se perdeu, não diminui, na verdade, toda essa situação, só da mais vontade. Só o sonho não me caiu, não foi embora. O meu sonho. A minha vida.
     Que seja o que tiver que ser, que seja com o já está escrito, ou como estamos escrevendo. Não importa, o que tiver que ser, será. Vai ser. Tá sendo. Já foi.

domingo, 17 de novembro de 2013

17 de Novembro de 2013 - Diário de um pré-vestibulando a Enfermagem

     Já se passaram pouco mais de três meses com o diploma na mão, três meses reconhecido oficialmente como técnico em enfermagem, dois meses de Emergência, sete meses de cursinho pré-vestibular, dois ENEM, dois vestibulares para a Federal e quase dois anos de um sonho.
     Hoje, a cada duas enfermeiras com quem trabalho, pelo menos uma já foi técnica em enfermagem e a outra, é graduada pela Federal. Hoje, enquanto conversava com algumas enfermeiras, cresceu aquela esperança novamente, esperança que às vezes se esvai, que às vezes parece que não irá dar pé, que será sempre um sonho utópico, mas, não nos prenderemos às desesperanças. Um sonho é um sonho, e este, SERÁ realidade.
     Ao ver elas me contando como foi duro conseguir a graduação e me repetindo, a cada final de frase, "era o meu sonho, e eu consegui", os olhos enchiam d'água. Olhava para a frente e via uma graduada pela Federal, que me dizia, se é o teu sonho, vai em frente, não desiste, não é impossível. Uma terceira, também graduada pela Federal, me contava dos colegas que eram técnicos, outros que trabalhavam no comércio, e mesmo assim, se formaram pela Escola de Enfermagem da UFRGS.
     Foi quando ouvindo a primeira me contando que levou quase dez anos para se formar, mas conseguiu, que pela primeira vez este ano, marejei os olhos. Como agora estão. Impossível me conter.
    Olhava para o meu braço tatuado por uma loucura de adolescente, que talvez um dia eu até me arrependa. No braço, a Lamparina, no ante-braço, um traçado eletrocardiográfico. Um dizem que é loucura, outros, que é amor. Digo que é um amor louco.
     Mais de uma vez incentivo pessoas a não desistir, a sempre acreditar, a ir com tudo, a acreditar no sonho que se tem. A sonhar esse sonho e fazer dele realidade. Hoje foi a vez de receber um auto-incentivo. Sai daquela conversa com este texto quase pronto na cabeça, e com planos e planos, com sonhos realizados, com meu o meu nome no listão, com meu diploma na mão, me vi indo ao COREN trocando o meu registro, me vi de azul e branco, me vi Enfermeiro.
     Me vi completo, me vi realizado. Me vi acrescentando ao Blog, além de aluno da Dani e da Pati, Acadêmico de Enfermagem. Visualizei carreiras, pós-graduações, mestrando, meu doutorado. Enxerguei momentos difíceis, me via dobrando doze, vinte e quatro horas para poder folgar na semana e estudar. E quando voltei à mim, ainda vestido todo de branco, tinha meus pacientes para atender, as vidas para salvar, corações para alegrar.
     Votei e fiz meu trabalho, mais um dia que saio satisfeito. Mais um dia que passo meu plantão feliz, realizado e com o sonho ainda vivo.

Hoje, a Enfermagem já é mais que um sonho, é uma vida. É a minha vida.

   

domingo, 6 de outubro de 2013

8 de Outubro de 2013 - Um mês de Emergência

     Às vésperas de completar um mês contratado como, enfim, técnico em enfermagem, resolvi escrevinhar alguma coisa. Tenho uma sorte imensa, trabalho sempre com equipes geniais. Como já declarei aqui, a minha eterna admiração pela equipe da UTI onde fiz o estágio final, hoje começo falando da MINHA equipe. Sim, faço parte de uma equipe agora, e me orgulho muito em fazer parte desta.
     Matando um leão e dois tigres por dia, tocamos em frente aquela Emergência sem perder o pique, o bom humor, a dedicação, o companheirismo, sem perder a equipe. Como um hospital especializado, imagino que todos os seus funcionários são tocados diretos no coração. Não é bajulação não, não porque trabalho lá, mas é verdade, e não é só eu quem diz, são aqueles que nos procuram.
     A experiência está sendo ótima, coisa nova sempre, e aquele vício começando a tomar conta. Me disseram, "emergência vicia". Pode ser, depois que eu entrei no embalo, me prendi, é realmente muito bom.
     Ou tenho muita sorte, ou somos assim e ninguém se da conta, mas minha equipe é ótima. Sempre trabalhei com equipes boas. Mas esta tem um gostinho especial, pois é a MINHA equipe, eu sou parte integrante de uma equipe, não mais como estagiário como estava acostumado, sou da equipe de verdade, isso sim é muito novo e muito, mas muito bom de ser sentindo. E não poderia deixar de agradecer aqui à vocês, pela atenção e pelo zelo que todos tem por mim e espero que eu esteja retribuindo todo este carinho e que esteja eu, cumprindo com a minha função.
     Sei que escrevo pouco, não porquê me falte assunto, afinal, trabalho em uma emergência, e lá, está sempre "bombando", mas falta tempo meus amores, sim, isto não me pertence mais e logo, quem ainda é aluno, não lhes pertencerá mais também, mas nem reclamo. É tri bom.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

20 de Setembro de 2013 - O mundo é mágico mesmo

     Se o mundo foi criado em seis dias e no sétimo alguém descansou, erraram a conta, pois foi no décimo primeiro! Explicarei, depois de dez dias a fio, merecida folga!!
    Sabe tudo aquilo que escrevia enquanto estagiário, das coisas bonitas que eu passava, do carinho dos pacientes, dos acontecimentos que faziam tudo valer a pena? Sabe aquela magia? Pois então, aquilo não era magia de estagiário não, tudo isto tem do outro lado, do lado de gente grande, sendo tratado como gente grande, visto como gente grande.
    Aquele momento em que, mesmo no meio de toda a correria, com o sentimento de que tu não irá dar conta de tudo, mesmo assim, o teu paciente te olha e profere a seguinte frase: Tu foi um anjo pra mim aqui dentro. Passei quatro horas com um outro paciente, assumi o plantão às oito horas e ao meio dia ele teve alta, pouca atenção foi dada a ele, afinal, tinha mais três para atender, e mesmo assim, no momento da alta, ele me abraça e com os olhos em lágrimas, te agradece e diz querer me encontrar, quem sabe um dia, fora dali, mesmo que seja ele dentro de um carro, me vendo caminhar na rua ou coisa assim e me abanar.
    Cara, sem mais. Não preciso de mais nada, são estes simples momentos, pequenos momentos que me realizam, que compensa tudo, todo o cansaço físico ou emocional, toda e qualquer outra coisa que possa ser negativa. Estes momentos fazem eu esquecer do mundo, ou lembrar mais dele e lembrar que podemos fazer dele um mundo melhor, somente com carinho e amor.
    O que tenho pra falar, é que hoje completei apenas dez dias trabalhados, ainda tem muito para acontecer, pode ser que esta magia, não seja tudo o que penso ou, espero, esteja errada esta frase e realmente o mundo seja mágico, lindo, assim como é, mesmo com as dificuldades, atritos, condições, mas nunca deixando de ser mágico.